É olhando para o lado que eu identifico um momento de produção inútil.
Procurando no vazio de uma lâmpada uma ideia adequada para descrever.
O óculos torto, o olhar aflito.
O vazio na página, o coração sem sinal algum.
Três palavras e já não há nexo.
Tento mais vezes, apago o dobro e esqueço na metade.
Um bloqueio, um momento.
No relógio já diz que é tarde... tarde quanto?
Um conceito tão vazio e sem respostas.
Não é tarde até que se ache, e então, torna-se um conceito individual.
Tarde até quando?
Quando na verdade pode ser cedo demais para desistir.
Esse texto não deveria existir, essa temática não deveria existir, mas ela existe porque eu esperei até mais tarde do que deveria esperar.
É pessoal, e não se deve dizer a ninguém sobre o quanto pode estar cedo, ou tarde.
Eu entendo o meu tempo, entendo os meus horários, e provavelmente já saberei da minha capacidade, ou da falta dela.
Então, talvez seja por isso que velhice é uma questão de entender. Só é tarde quando se deixa acreditar, e por isso, aqueles que entendem e absorvem tal informação no começo, logo se tornam velhos na alma, velhos na essência. Esses, os que aceitam, jamais entenderão o valor de mais um tempo. Aqueles que relutam, se esforçam e questionam o conceito, tornam-se entendidos daquilo que para tantos outros se tornou cego e desconhecido. Negando a acomodação que vem com esse conceito é que você aprende que não é tarde, e não é cedo demais. Talvez seja apenas a hora certa, para entender e mudar, para lutar e amar.
Quando é tarde?
Quando na verdade esse texto nem deveria existir.
É apenas um começo, quando para você existe uma hora certa.
Não é tarde, e talvez não seja tão cedo assim.
É apenas tempo, empilhado no quintal.
Apenas tempo, apenas muito tempo.
E então não é tarde, é apenas a hora de começar.
[...]
00:23
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