quinta-feira, 14 de abril de 2011

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"Vocês sabiam que a cada dois dias um homossexual é morto no Brasil?
Eu garanto que cada brasileiro tem algum laço afetivo, seja familiar, seja de amizade, com um homossexual, mesmo que nem saiba disso. E a cada dois dias um ente querido corre o risco de ser brutalmente assassinado.
Se você ainda apoia esse preconceito ridículo, pense nisso...Você está, mesmo que indiretamente, colaborando para a morte de pessoas que você mesmo ama. Sendo um assassino indiretamente.
Essa menina, assassinada essa semana, tinha pai, tinha mãe, tinha amigos, tinha família, tinha pessoas que a amavam de várias formas. Vários amores morreram junto com ela, e isso tudo porque o brasileiro (você) é incapaz de largar essa ignorância.
E se você diz que não faz nada contra, que só não gosta, essa sua idéia é repassada para outros que não sabem diferenciar o respeito do "não gostar". Um exemplo claro está nos assassinos dessa garota.
Então repense, cara! Pense duas vezes quando for agir de forma preconceituosa, porque amanhã um irmão, um amigo, um primo pode está morto. Amanhã, alguém que você ama também pode ser vítima."

segunda-feira, 11 de abril de 2011

01:18

Às vezes é preciso enxergar por quem que estamos sendo heróis, para entender que até mesmo um ato heróico depende de um conjunto, e nesse caso, depende das vitimas para poder se concretizar, poder valer a pena. Porque bem... Se você salvar um bandido, você não será um herói, não salvará o dia, você será cúmplice e terá cometido um crime.
Se me perguntassem agora do que eu tenho medo, eu responderia: "do deslumbre".

a mudança.

Estou aqui, sentado mais uma vez em frente ao espelho, tentando visualizar cada partícula do meu rosto, do meu corpo, da minha alma. Tentando entender e conhecer aquilo que hipoteticamente sou eu, juntando as pistas e tentando ligar os traços de hoje aos traços de alguns meses atrás. Claro, não é exatamente a primeira vez que isso acontece, para falar bem a verdade, é a "milionésima" vez em anos que eu me deparo com esse ritual. Entretanto, é a primeira vez em que desejei que nada mudasse.
"Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante" era o que já dizia Raul Seixas, e sem pensar duas vezes, era umas das frases mais metafóricas e características da minha vida. Porque, na minha concepção, um ser humano não vive sem mudanças - e não vive mesmo, eu é que retrocedi.
Porque agora eu me pergunto: "e se tudo parecia perfeito, por que então mudar?". Não que tenha sido uma opção, na verdade, as mudanças dos últimos meses foram compulsórias, sem muito me perguntar, meio que já entendendo que eu iria evitá-las até o último minuto. Fui empurrado em direção a esse abismo de transformações, e através de experiências totalmente novas fui provando sentimentos, sensações, informações... Boas ou ruins, mas novas informações, sensações, sentimentos.
Tudo parecia tão bom, que agora eu já pensava: "olha, numa boa, vamos deixar tudo isso intocável, nada de mudanças". Porque o "maluco beleza" aqui estava, pela primeira vez, se prendendo a intensidade das coisas, entendendo a perfeição dos momentos. Largou a filosofia, aproximou-se do coração e deixou-se transparecer humano. Maluco beleza... Quem diria!!
E aqui, em frente ao espelho, eu penso comigo mesmo: "eu poderia voltar, poderia reviver, e poderia viver todos os próximos dias das mesmas lembranças". Porque essa nostalgia é tão bonita, é tão intensa... Sinto os cheiros, sinto as cores, sinto as dores, sinto a alegria.
O "maluco beleza", ao que tudo indica, foi embora, e é por isso que agora sentado em frente a esse espelho, esse "careta" que vos fala, tenta incansavelmente reconhece-se, resgatar algo que o faça lembrar de quem ele era, porque nada, até agora, parece tão bom quanto antes.
É tão absurdo, tão inaceitável que agora tudo seja tão diferente. Só alguns meses, só algum tempo, e esse cara na frente do espelho é um desconhecido. Um desconhecido que está aprendendo - mais uma vez - a lidar com raiva, com dor, com felicidade, com alegria, com sentimentos... Desajeitado, perdido, aprendendo a manusear o próprio corpo, a própria mente.
E as pessoas? As adoráveis companhias que ficaram no tempo? Será que agora eles vão continuar gostando desse homem? Homem que hoje não é capaz nem de se reconhecer. Porque eles se apaixonaram, gostaram, amaram aquele, daquele tempo, e se essa metamorfose ambulante continuar ambulante, como é que eles vão se capazes de se apaixonar tantas e tantas vezes? Esse homem careta faz essas perguntas, esse homem careta se faz perguntas, e é por isso que hoje a mudança parece tão diferente.



Faz muito tempo desde a última vez, muitos acontecimentos, muitas mudanças... Tanta coisa que eu nem lembrava mais o meu endereço. Mas depois de tanto adiar, de não achar as palavras, de só ouvir barulho dentro da minha cabeça, e de tantos outros tantos, entendi por ser inevitável me expressar aqui. Porque agora eu preciso que isso fique anotado em algum lugar, para que mais tarde eu possa reler e repensar outros tantos valores.