Hoje eu acordei com vontade de chorar, não por um motivo certo, ou qualquer coisa que
valha o pranto. Acordei com vontade de chorar porque me senti exaurido, acabado.
Acordei e olhei para o teto, fazendo meus pensamentos vagarem pelo interior do quarto, serpenteando no ar feito fumaça. Fiquei alí durante algum tempo, me dando conta de que eu não ando realizando muito, e que isso se dá não só por mim, mas por tudo que está ao meu redor.
Fico aqui pensando, e conversando comigo mesmo... Me dando conta das centenas de vezes que eu não pude fazer nada, porque não era moral, não era correto. Porque não fiz com medo das consequências, porque não fiz por medo das reações. Não fiz porque nesse mundo dá medo, porque aqui poderia ser ofensa, poderia ser baixo. Não fiz por medo de passar a imagem daquilo que não sou, e não me arrisquei, porque tive que respeitar as regras e os conceitos.
Esqueci das possibilidades, e preferi esconder aquilo que muito senti.
Mas pra quê?
Se no final das contas terminou tudo dando errado da mesma forma...
Essa indignação se aloja aqui, mas nada mudará, eu sei.
Amanhã vai ser tudo igual, e eu não farei mais uma vez, por medo das consequências e das possibilidades.
No mundo eu estou em desvantagem, mas é que às vezes a revolta é inevitável.
Eu queria ter coragem para perder a noção,
perder o bom senso,
perder a razão.
Mas é que isso tá em mim, impresso pelo tempo.
Eu pergunto "Deus, até onde isso vai me atormentar?"
Mas a resposta ainda é vazia, como os pensamentos soltos pelo quarto.
Ando tão confuso...
Sei que de alguma forma é hora de mudar, e alterar tudo isso que me faz não andar.
Procuro entender, procuro mudar... Sei só que no final eu precisarei vencer, antes que perca para o jogo da vida, mais uma vez.
No final eu levanto, e esqueço na cama aquilo que me atormenta.
O dia começou, é hora de sorrir.
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