Eu queria lhe escrever.
Colocar você no papel, com esse mesmo acesso.
Com essa facilidade, e com tudo mais.
Queria apenas levar cinco minutos que fosse para você já estivesse pronto e aqui, esperando que eu lê-se cada parte de ti.
E se caso fosse possível, eu iria reler-te tantas vezes que perderia a conta, leria apenas para sentir que você ainda estava aqui, comigo, aqui.
E bastava estar, nada mais, eu dormiria melhor sabendo que você não é apenas uma incerteza na minha cabeça.
Sabe... É o que me mata. Incerteza. Nada disso aconteceria se eu soubesse que não foi, se eu tivesse absoluta certeza de que tudo isso faz parte de um sonho meu, e só meu. Se eu soubesse que em nenhum momento foi verdade, se eu soubesse talvez eu já tivesse deixado pra trás.
Mas não, minha mente não descansa e meus olhos não esquecem.
Meu corpo não me dá uma trégua que seja, e grita querendo me rasgar inteiramente.
Minha razão me diz pra esquecer, e meu instinto me diz para esperar.
Por que essa certeza? Se tudo que me rege é incerto?
Você é um caso certo para mim, mas nada em você me diz que isso é assim.
Eu não entendo, é tudo uma bagunça total.
Você é incerteza, mas tudo em mim me dá certeza que estarei certo no final das contas.
Por quê?
Meu corpo às vezes é mais inteligente do eu mesmo, mas é que minha mente não me deixa confiar piamente nele. É uma guerra constante, e quando a trégua acaba eu sinto cada parte de mim se dividindo, esticar-se e é como se eu estivesse sendo retalhado a cada minuto, segundo que for.
Em quem eu devo acreditar nesse momento?
Meu corpo, minha mente, ou apenas em você?
Quem é você?
Uma imagem turva daquilo que poderia ter sido perfeito.
Uma imagem plena daquilo que eu deixei passar.
O tempo brinca comigo, e eu ainda nem aprendi a jogar.
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