segunda-feira, 27 de julho de 2009

Eu estou assustado. E nessa noite, nesses dias, eu só queria alguém que me abraçasse e existisse por mim.
A gente pinta um discurso de que “não sente falta”, mas a verdade é que uma hora a gente fraqueja, e é nessas horas que você se dá conta do quão é ruim não ser enxergado por aqueles que deveriam segurar suas pernas e te ensinar a andar.

Eu estou com medo, e preciso de um abraço, de um sorriso, e de alguém que me entenda, uma única vez.
Só eu sei o quanto é ruim estar alheio a tudo, rodeado de pessoas que amam o meu “eu” exterior, e não podem de forma alguma entender quem realmente sou.

Eu estou com medo, e nada mais.

domingo, 5 de julho de 2009

[...]



Toda a imensidão que se aloja lá fora grita meu nome, posso ouvir o barulho do vento que bate em minha porta, zunindo em desespero por minha presença. Encantando todo o ambiente, que para a minha aflição, não descansa, não dá trégua, e continua conturbando tudo aquilo que deveria estar apenas quieto, impedindo que aconteça naturalmente, impedindo que eu permaneça no meu ciclo.

Lá fora o mundo grita, e todos os fantasmas da minha mente pressionam-se contra o portão, provocando um estardalhaço tamanho que não se pode raciocinar. Eu não posso ouvir os meus pensamentos, e pressiono os meus dedos por instinto, pois já é do meu ser, e por isso que não descanso, eu canto.

Mais uma batida, mais um leve exaltar cansado do meu corpo, que por muito tempo se mostrou surpreso, mas por agora já não se surpreende, porque já está farto de uma situação inadequada para o seu bom senso. Meu corpo está cansado, meus dedos não param, não param.

Já se tornou uma breve rotina, e o vazio do ambiente faz entender nas entrelinhas que mesmo que insistente, enfadonho e inconveniente, nada vai parar. Entorpecido pela situação, eu me tento a olhar brevemente para algo que esteja mais longe do que as minhas próprias mãos, passando rapidamente os meus olhos pela sala, pelo quarto, pela imensidão do âmbito noturno. Eu estou enlouquecendo, e posso sentir cada parte da minha sobriedade indo embora, esvaindo-se do meu corpo feito água, feito ar.

Não tenho mais forças para evitar, na verdade, eu joguei a toalha e estou apenas esperando que aconteça. Porque não é apenas o fato de existir, eles querem que eu perca a linha. Projetando-me em um plano longe do racional – aonde jamais irei existirei -, que por ventura não me agrada.

Mais uma batida lá fora, uma batida apenas para acentuar o fato de que estou arrependido de existir neste momento. Eu poderia ter ido, eu poderia ter me colocado para fora, mas, entretanto eu me deixei caí nas armadilhas destes infames. Eu já nem sei por que estou escrevendo, nada faz mais sentido. Um sorriso estampado no rosto, o coração em pura disritmia, o meu corpo entorpecido a lutar, nada mais é racional.

Sinto minha cabeça em 360°, meu corpo já não existe mais, leve feito pena, flutuando sem direção alguma pelo ar desta casa, deste palácio, deste lago obscuro e inabitado (frio feito mármore, frio feito mármore!). É que de repente eu posso tocar tudo, eu tenho tudo, eu sou tudo. E há um homem parado em minha porta, exibindo um sorriso vitorioso, que transborda mistério, o homem de preto, o sorriso impiedoso, quem sou? Onde estou?
Há uma rua, uma metrópole, carros, pessoas, barulho. O quê eu faço aqui? Olho em curiosidade pela rua, vagando ligeiramente, e de repente um grande impulso. Um prédio, o vento, o homem sussurrando em meu ouvido, minhas roupas, meu corpo, minha mente soa confusão.
Eu posso voar, e me jogo do prédio, me vejo cair, indo de encontro ao piso, e mais uma vez tudo muda, um lago, um lago frio e inóspito. Estou dentro dele, envolto pela manta negra e solitária, me deixando levar pela única leve correnteza, eu posso respirar, eu posso falar. EU GRITO! Não ouço, há um homem, um sorriso, e eu não posso me ouvir.

Está escuro, frio, e eu continuo a gritar.
Ninguém pode me ouvir, meus dedos, meus olhos, o homem.

Quem sou eu? Onde estou? Mais um leve impulso.
Eu já deixei de existir.



[...]

sábado, 4 de julho de 2009

De todos os fardos, de todos os encargos. Este sou eu.~

Eu não sei bem o quê eu irei escrever aqui. Para falar a verdade, eu realmente não faço idéia do que escreverei.
Faz algum tempo que acordo simplesmente com a vontade de escrever algo produtivo, de passar os dedos sobre o teclado e sentir que algo está fluindo, que está vivendo fora da minha mente.
Fluindo através do que penso, e tomando forma naquilo que realmente acredito ser interessante.

É o primeiro passo para que as coisas voltem a funcionar, porque agora eu simplesmente posso escrever, sem tantas preocupações com o quê há de ser resolvido dentro e fora de mim.
Porque isso contradiz tudo aquilo que os escritores pregam (ou a parte que conheci), que para produzir é preciso sentir (o que não é mentira), mas no meu caso, estar preso a um monte de sujeira foi o que bloqueou o meu lado produtivo.
Não pensar em outra coisa que não fosse aquilo, me deixou sujeito a viver em um espaço de vazio e objetivo.

Meus dedos perambulam pelo teclado, pedindo uma explicação plausível para essa falta de assunto.
Eu fico aqui me perguntando, quais assuntos poderiam ser abordados então?
Crise política, morte de Michael Jackson, aviões caindo por todos os lados, o fora Sarney...

E é aí que me ocorre uma coisa... "Minha vida anda tão desinteressante assim?”
Acho que não. Ela está se direcionando para o lado mais interessante da vida, onde coisas acontecem diariamente, onde tudo muda em alguns minutos.

Ok, então o quê é que eu tenho para exibir com tanto orgulho?

Eu tenho o amor.
Não que eu esteja namorando, e nada disso (o que é um conceito vazio sobre o amor, afinal, não preciso dá uns “amassos” para estar amando.)
Eu amo porque o amor é algo que está inevitavelmente em tudo aquilo que vivemos. O amor é não só aquele apertar no peito, mas é tudo aquilo que vivemos com intensidade e vontade. Amar é dar-se por inteiro, amar é viver com um sorriso, amar é.

Eu estou amando, porque estou vivendo para as novidades, me jogando sem pensar em todas as novas oportunidades de viver, em todas as coisas que podem me mostrar um mundo novo e brilhante. Eu estou amando porque mais uma vez eu sou aquele que só trás luz para a vida das pessoas, estou amando porque tenho os melhores amigos, estou amando porque eu não estou só.

Eu tenho o amor, e ninguém há de negar.

Apesar de todos os pesares, minha vida continua sendo interessante. E eu estou muito ocupado com ela para ficar por aí sendo sedento por felicidade. Estou feliz, e estar feliz é ocupar-se da sua própria vida. Eu estou feliz!

E sabe o quê mais acontece na minha vida? A própria vida.
A minha vida anda acontecendo, e pode parecer incomum, mas é isso que a maioria das pessoas deixou de fazer. Elas deixaram de acontecer. E não acontecer é sentenciar-se àquilo que jamais irá fluir, e jamais irá sorrir.Minha vida anda acontecendo mais uma vez, porque em um determinado momento eu soube que estava deixando para trás toda aquela luz que batalhei tanto para construir, eu tinha pulado do cometa e estava caindo na imensidão do universo sem ao menos fazer um esforço que fosse, eu estava caindo, estava me deixando levar, e esqueci por alguns instantes como voltar. A grande diferença, é que eu sabia o quê eu estava perdendo, já havia provado o gosto de viver, já havia provado o gosto da sentir e sorrir. E quando você prova uma droga, você vicia, e estar viciado me fez querer voltar. E se foi um cometa que eu perdi, em cometa eu me transformei, e voltei como quem tudo quer para recuperar aquilo que por direito era/é meu.

Eu voltei, de uma vez por todas. E isso que faz minha vida ser mais interessante.
Eu estou de volta, dedilhando todos os detalhes, e mostrando, que por mais que o tempo queira me derrubar, ele jamais irá conseguir. Porque acredite se quiser, mas este sou eu, de volta ao meu trono, de volta ao meu Reinado.

Eu, e Deus. Até o final.


[Eis uma vida interessante.].